Gerir uma lanchonete vai muito além de preparar deliciosos lanches e atender bem os clientes. Para garantir o sucesso do negócio, é fundamental manter as finanças organizadas e os números sempre sob controle.
É aí que a contabilidade para lanchonete entra como uma peça-chave para o crescimento e a sustentabilidade. Ela não apenas ajuda a cumprir as obrigações fiscais e tributárias, mas também permite analisar custos, calcular lucros e identificar oportunidades de melhoria.
Neste artigo, vamos ver como a contabilidade pode ser uma aliada estratégica para transformar a gestão da sua lanchonete e garantir resultados financeiros mais sólidos.
Quais são as despesas de uma lanchonete?
As despesas de uma lanchonete podem variar conforme o porte e o modelo de negócio, mas geralmente incluem as seguintes categorias:
- Aluguel do espaço
- Internet e telefone
- Licenças e alvarás
- Manutenção de equipamentos
- Seguro do estabelecimento
- Matéria-prima: Ingredientes como pão, carnes, queijos, molhos, bebidas e descartáveis
- Salários e encargos trabalhistas
- Uniformes e EPI
- Produtos de limpeza e higiene
Quais impostos uma lanchonete deve pagar?
1. Contabilidade para lanchonete no simples nacional
Vamos analisar a contabilidade para lanchonete dentro de cada regime tributário, confira abaixo
O Simples Nacional é o regime tributário mais comum para pequenas e médias lanchonetes, por ser simplificado e reunir vários tributos em uma única guia (DAS). No caso das lanchonetes, geralmente a atividade é enquadrada no Anexo I ou II do Simples Nacional.
Os tributos incluídos no Simples Nacional são:
- IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica)
- CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)
- PIS (Programa de Integração Social)
- Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)
- CPP (Contribuição Previdenciária Patronal)
- ISS (Imposto Sobre Serviços): Quando a lanchonete oferece serviços (ex.: delivery ou eventos).
- ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): Quando há venda de mercadorias (ex.: alimentos e bebidas).
A alíquota do Simples Nacional varia entre 4% e 19,5%, dependendo do faturamento anual e da atividade principal.
2. Contabilidade para lanchonete no lucro presumido
Nesse regime, a base de cálculo do imposto é presumida, ou seja, não depende do lucro real da empresa. Os principais tributos são:
- IRPJ: 15% sobre a base de cálculo presumida (geralmente 32% do faturamento para serviços).
- CSLL: 9% sobre a base de cálculo presumida.
- PIS e Cofins: Tributados cumulativamente com alíquotas de 0,65% (PIS) e 3% (Cofins).
- ISS: Varia entre 2% e 5%, dependendo do município.
- ICMS: Tributado de acordo com as alíquotas estaduais.
3. Contabilidade para Lanchonetes no lucro real
Esse regime é obrigatório para empresas de maior porte ou com faturamento anual superior ao limite permitido no Simples Nacional e Lucro Presumido. A tributação é feita sobre o lucro líquido da empresa. Os impostos são:
- IRPJ: 15% sobre o lucro líquido (com adicional de 10% sobre o lucro que exceder R$ 20.000 por mês).
- CSLL: 9% sobre o lucro líquido.
- PIS e Cofins: Tributados de forma não cumulativa com alíquotas de 1,65% (PIS) e 7,6% (Cofins).
- ISS: Alíquota municipal entre 2% e 5%.
- ICMS: Tributação estadual sobre circulação de mercadorias.
Como fazer a contabilidade de uma lanchonete?
Fazer a contabilidade de uma lanchonete de forma eficiente é essencial para manter as finanças organizadas, cumprir com as obrigações fiscais e garantir a lucratividade do negócio.
O primeiro passo é formalizar a lanchonete, escolhendo o regime tributário mais adequado, como o Simples Nacional, e obtendo as licenças necessárias, como alvará de funcionamento e licença da vigilância sanitária.
Em seguida, é fundamental manter um controle diário de caixa, registrando todas as entradas e saídas, diferenciando receitas em dinheiro, cartões e delivery, utilizando ferramentas como planilhas ou sistemas de gestão.
Outro ponto importante é o gerenciamento do estoque, com controle rigoroso das compras e uso de matérias-primas, além de inventários regulares para evitar desperdícios e perdas.
Também é essencial registrar todas as despesas, classificando-as em fixas (como aluguel e salários), variáveis (ingredientes e taxas de delivery) e extras (manutenção de equipamentos e marketing), mantendo comprovantes organizados para evitar problemas fiscais.
Ao calcular o preço de venda dos produtos, é necessário considerar o custo dos ingredientes, despesas fixas e variáveis, margem de lucro desejada e impostos para garantir preços que assegurem a lucratividade. Além disso, é imprescindível pagar os impostos em dia, como o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), e contar com um contador para gerar as guias corretamente e evitar multas.
O controle da folha de pagamento também deve ser rigoroso, garantindo o registro adequado dos funcionários, o pagamento de INSS, FGTS e demais encargos trabalhistas, além de salários e benefícios em dia.
Para acompanhar o desempenho financeiro da lanchonete, é importante monitorar indicadores financeiros, como lucro líquido, margem de lucro, ticket médio e custo fixo diário, ajudando a identificar problemas e oportunidades.
Adotar um sistema de gestão integrado pode facilitar o controle de vendas, estoque e contabilidade, além de oferecer relatórios financeiros completos.
Um contador especializado é essencial para escolher o regime tributário correto, manter a regularidade fiscal da lanchonete, e fornecer orientações sobre como reduzir custos e maximizar lucros.
Não se esqueça de criar um fundo de reserva com parte dos lucros para emergências, manutenções e investimentos futuros. A organização financeira é a base para o sucesso e o crescimento sustentável da sua lanchonete.
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